Onda de queimadas preocupa brasileiros

13/11/2023

O desmatamento na Amazônia diminuiu em 22% ao longo de um ano, mas a atual onda de queimadas continua sendo motivo de preocupação. Nos últimos 12 meses, cerca de 9.001 km² do bioma foram desmatados, conforme os dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A perda de cobertura vegetal é monitorada via satélite, e a taxa de desmatamento é calculada de agosto de um ano a julho do ano seguinte.

Especialistas concordam que houve progresso, mas os níveis atuais de destruição ainda permanecem consideravelmente altos. O recente aumento das queimadas, combinado com a instabilidade política do governo no Congresso, levanta preocupações sobre melhorias nos próximos meses.

A Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, mencionou que, embora um legado de 6.000 km² de desmatamento do governo anterior esteja sendo contabilizado para 2023, eles conseguiram uma redução de 42% nos primeiros sete meses deste ano graças às medidas de emergência implementadas no Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAM).

Esta é a primeira vez desde 2019 que a taxa de desmatamento fica abaixo de 10.000 km². O governo destaca o aumento da fiscalização federal em campo, quase 200% a mais, e a retomada da aplicação de multas como fatores que contribuíram para a redução da devastação da floresta.

No tocante às queimadas, Marina mencionou os impactos do El Niño, agravados pelas mudanças climáticas. O Ministério do Meio Ambiente ressaltou um aumento de 18% no número de brigadistas, totalizando 2.101 agentes.

O governo também alega ter direcionado quase R$ 700 milhões em recursos para diversas áreas, visando ajudar a lidar com a crise de estiagem e as queimadas no Amazonas. Marina enfatizou que o governo está atuando tanto em resposta imediata quanto em aspectos estruturais, apontando que a agenda de adaptação às mudanças climáticas está consideravelmente atrasada globalmente.

O presidente do Ibama admitiu que a estrutura de combate ao fogo é insuficiente e planeja solicitar mais recursos ao Fundo Amazônia para ações futuras. No entanto, apesar do cenário desafiador, o governo não apresentou novas estratégias imediatas para conter o avanço das queimadas na região.

Especialistas destacam que a comunidade científica internacional havia alertado sobre a previsão de estiagem no Norte do país a partir do segundo semestre e apontam falhas no planejamento estratégico do governo para mapear e prevenir a expansão das chamas pela floresta.

Quanto ao risco de aumento do desmatamento após o avanço das queimadas, o ministério afirma que os dados preliminares indicam uma redução nas taxas de destruição nos meses de agosto, setembro e outubro. No entanto, o secretário do Ministério do Meio Ambiente alerta sobre um contexto de risco climático para o próximo ano, ressaltando a gravidade do El Niño em curso.

Ele também realça as medidas de incentivo à economia sustentável, incluindo apoio a 6.000 produtores locais, verbas para pesquisas em biodiversidade no valor de R$ 60 milhões e apoio federal a municípios críticos para o desmatamento, com R$ 600 milhões do Fundo Amazônia, entre outras ações.

A apresentação dos dados de redução do desmatamento e da crise das queimadas ocorre antes da Cúpula do Clima (COP-28), onde o Brasil é esperado para retomar o protagonismo nas negociações climáticas e será cobrado por suas promessas de preservação ambiental feitas no último ano.

Marina expressa a preocupação de que as queimadas na Amazônia possam transmitir uma imagem negativa ao mundo, embora o governo esteja agindo para conter a destruição, enfrentando uma combinação complexa de políticas públicas destrutivas, incentivo à criminalidade e o impacto potencializado do El Niño pelas mudanças climáticas.

O governo planeja declarar estado de emergência permanente em 1038 municípios identificados como suscetíveis a eventos climáticos extremos pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

A Secretária Executiva da Casa Civil afirma que o governo selecionará projetos do Novo PAC focados na adaptação às mudanças climáticas.

Para alguns especialistas, embora os resultados mostrem um retorno das ações efetivas em campo, a fragilidade na relação com o Legislativo pode prejudicar os esforços de preservação e dificultar o alcance da meta de desmatamento zero até 2030.

A redução atual do desmatamento é um marco positivo, porém, é crucial persistir nessa tendência de queda acelerada para eliminar essa destruição, cujos impactos afetam não só aqueles na região amazônica, mas também pessoas fora dela. Um desses impactos são as queimadas e a seca extrema no bioma, uma combinação dos efeitos do desmatamento com o aquecimento global. Esta seca tem afetado o transporte e a entrega de suprimentos na Região Norte, além de evidências de que as queimadas no Pantanal e na Amazônia afetam a saúde até de moradores de São Paulo.

Opinião, Anne Alkimin

O governo Lula mostrou que a pauta ambientalismo estaria em primeiro lugar em seu governo, mas apesar da queda no desmatamento, índices de seca já haviam sido alertados, porém a falta de planejamento e administração pela Ministra do meio ambiente, Marina Silva, é decepcionante. Com o agravamento das queimadas, a quantidade de fumaça cobriu a cidade do amazonas e com o resultado, imagens do local são assustadoras. Fica na obrigação do cidadão brasileiro cobrar um posicionamento e ação para conter o agravamento da situação e as possíveis crises ambientais que virão. 

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